Consulta Nutrição
Assim conseguimos que os alimentos sejam verdadeiramente um “medicamento” contribuindo de forma ativa na qualidade de vida do paciente bem como na resolução ou controlo da sua patologia.
“Que o nosso alimento seja o nosso medicamento e o nosso medicamento, o nosso alimento” Hipócrates (“Pai da Medicina”).
É uma expressão que conhecemos e aplicamos à realidade humana, cada vez mais consciente que a alimentação é uma das principais fontes de saúde se adequada e a origem de muitas patologias quando incorrecta ou desequilibrada.
E para os nossos animais? A mesma realidade é aplicável.
A indústria alimentar que construiu a tendência atual da alimentação dos nossos animais incutiu a ideia que a ração seca e húmida são completas. Afirma categoricamente que baseando a dieta dos animais de forma exclusiva nestes substitutos, que o seu estado de saúde será mantido.
Contudo o que temos vindo a constatar nas últimas décadas é uma realidade muito diferente. Os inimigos dos nossos animais deixaram de ser os predadores, a fonte de perigo deixou de ser a dificuldade de acesso a cuidados médicos… o paradigma mudou. Os nossos animais, hoje em dia, sofrem de patologias desafiantes fruto muitas vezes de causas desconhecidas. São as doenças que classificamos como idiopáticas.
A Atopia, as doenças inflamatórias como a Colite, a Doença Inflamatória Intestinal, as artrites imuno-mediadas, a doença degenerativa articular, o complexo estomatite gengivite felino, os patologias linfoplasmocitárias, a disfunção cognitiva, as doenças orgânicas degenerativas (que surgem cedo demais) e ainda as doenças oncológicas fazem parte de um grupo de doenças onde a inflamação está presente.
Quando se colocam as questões sobre quais os fatores que contribuem para o aparecimento destas patologias, a genética é sempre um fenómeno invocado e possível. Sabemos que a expressão dos genes depende do meio ambiente, e que uma grande parte do meio ambiente destes animais que hoje vivem em casa, protegidos, estará também na alimentação. A fonte de nutrientes que recebem todos os dias do mesmo modo, processada.
A investigação sobre o que este tipo de dieta e o crescente número de patologias revela uma associação com a presença de substâncias pró-inflamatórias derivadas do processamento alimentar. O processamento origina também uma desidratação crónica sub-clínica, uma elevada percentagem de açúcares, gorduras trans e em alguns casos alimentos geneticamente modificados.
Sabemos que a manutenção e melhoria da saúde dos nossos animais está diretamente dependente da nutrição que recebem. É possível adequar a dieta às necessidades fisiológicas e patológicas de cada um.
Os conceitos de Alimentação Natural Cozida (ANC), Alimentação Crua ou Biologically Appropriated Raw Food (BARF) já são termos cada vez mais conhecidos e reconhecidos pela forma como abordam a nutrição nos nossos animais. A dieta Cetogénica, a dieta de Eliminação entre outras permitem-nos objetivos terapêuticos específicos.